terça-feira, 2 de maio de 2017
domingo, 30 de abril de 2017
O mau humor do novo Collor...
Ciclista entrega flores para Doria e o "prefeito marqueteiro" reage com raiva e joga o ramalhete ao chão.
Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press
Jornal GGN - João Doria
(PSDB), prefeito de São Paulo, recebeu flores de uma ciclista na saída
do evento de inauguração da Japan House na avenida Paulista. O tucano
não quis pegar as flores, e a ciclista as deixou no painel do carro.
Depois, Doria pegou a flor e a atirou no chão para fora do carro.
Giulia Gallo afirma que entregou as
flores ao prefeito “em homenagem aos mortos nas marginais". O aumento
das velocidades nas marginais Tietê e Pinheiros foi uma das principais
bandeiras do tucano durante sua campanha à prefeitura.
sábado, 29 de abril de 2017
De brioches e outros quetais no Brasil de hoje
Do Blog de Márcio Valley:
A greve geral e o ponto de convulsão social
O
movimento das placas tectônicas na crosta terrestre é produzido
pelo acúmulo de tensão entre elas que, em determinado momento,
alcança um nível insuportável e determina o terremoto que faz as
placas se moverem, uma para cima e a outra para baixo. Esse
movimento, ao mesmo tempo que destrói parte da superfície do
planeta, faz surgir uma nova, produzindo uma reacomodação das
forças e inaugura um novo tempo de paz geológica. Até que novo
terremoto a interrompa.
As
forças que movimentam os poderes da sociedade agem de forma similar.
Ocasionalmente, um terremoto social produz uma modificação no
cenário dos macropoderes que dominam a política. Entendam que não
uso a palavra "política", aqui, como sinônimo de
"política partidária-eleitoral". A verdadeira política é muito mais
ampla e certamente seus maiores centros de poder não se encontram em
Brasília. Um ou outro se localiza em bairros elegantes de cidades
brasileiras, como o Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
Vou
dar um exemplo de movimento tectônico social.
Em
Niterói, minha cidade natal, existem dois fatos históricos que
provavelmente jamais serão esquecidos pela população. Um deles não tem
nada a ver com o assunto: aqui ocorreu o maior incêndio da história do
Brasil, em número de vítimas fatais, o incêndio do Gran Circo Americano.
O outro é o que nos interessa: um exemplo histórico de movimentação da
placa tectônica social. Antes da existência da ponte Rio-Niterói,
praticamente toda a ligação com o município do Rio de Janeiro era
realizada através do serviço de barcas. Até o ano de 1959, esse serviço
de transporte marítimo estava nas mãos de um grupo privado, o grupo
Carreteiro. Os proprietários só pensavam em enriquecer e, enquanto
acumulavam mais e mais riquezas, adquirindo mansões e fazendas aos olhos
do povo, prestavam serviços cada vez piores por preços cada vez
maiores. Em maio daquele ano, após mais uma greve dos marítimos,
utilizada como justificativa para mais um pedido de aumento da tarifa
pelos proprietários, a população se viu concentrada em frente à estação
das barcas, sem condição de embarcar e sendo violentamente reprimida por
militares que foram ao local para tentar contornar o problema. Não era
pouca gente, pois as barcas transportavam metade dos niteroienses da
época. Pois bem, após assistir várias pessoas sendo agredidas pelos
militares, um dos populares teve a ideia de arremessar uma pedra em
direção a uma das vidraças da estação hidroviária. Foi o que bastou para
iniciar uma violenta catarse popular, que terminou com a estação
completamente destruída. Não satisfeitos, os populares se dirigiram ao
escritório da empresa, em local próximo, e também o destruíram. Ainda
com gosto de sangue na boca, a massa popular iniciou um caminhada de
três quilômetros em direção à residência de um dos sócios da empresa.
Avisados, ele e a família sabiamente fugiram antes da chegada dos
populares. A casa foi saqueada, o que não foi levado foi destroçado, com
os móveis luxuosos sendo lançados das janelas superiores e do telhado.
Depois, foi incendiada. No dia seguinte, a família Carreteiro não era
mais a proprietária da empresa, que foi estatizada. O episódio ficou
conhecido como a "Revolta das Barcas" e Niterói, hoje uma cidade de
classe média semi-dominada por um alinhamento ideológico "coxinha", foi
consagrada na ocasião como a "pequena Bastilha".
O
que isso nos ensina? A lição mais importante é que há um limite
contingencial insuperável para a imposição de sacrifícios e
espoliações à população, limite esse dependente de um
alinhamento oportuno de inúmeros fatores. Ainda que necessárias,
reformas estruturais capazes de redesenhar o modelo socioeconômico
devem ser produzidas de forma sempre atenta ao humor da população,
que é, na verdade, a origem do poder. Lição não aprendida por
Maria Antonieta, na leitura da lenda urbana que circula sobre os
croissants.
Impor
uma sequência de graves reduções de direitos, que atingem
indistintamente as classes sociais, sem uma discussão ampla na
sociedade, sob uma embarcação de justificativas que fazem água por
todos os lados e, pior, por um governo sem a legitimidade conferida
pelo voto, é fazer um convite à convulsão social.
O
mundo assiste, atualmente, à ascensão de uma direita raivosa,
elitista e preconceituosa. No Brasil, não é diferente. Por essas
bandas, os símbolos desse posicionamento abjeto, que no entanto já ousa dizer seu
nome, são Bolsonaro e Dória. Essa direita fascistoide – além de
golpista em terras tupiniquins – corre contra o tempo, auxiliados
na tarefa por uma das piores representações do parlamento e do STF
que já existiram na história nacional, pressionando pela mitigação
extrema ou mesmo extinção dos direitos sociais e das garantias e
liberdades individuais conquistados desde a promulgação da
Constituição de 1988.
Forma-se,
de forma ainda velada, um acúmulo elevado de tensões sociais bem
capazes de provocar um terremoto político-social no país. Como
dito, os primeiros sinais foram as invernadas de junho de 2013.
O
sintoma mais relevante da aproximação de um distúrbio social,
segundo penso, surge da constatação popular de inexistência de
alternativas, ou seja, quando o indivíduo não encontra solução
para a agressão que atribui ao Estado. Mesmo indefesos camundongos
atacam quando não há fuga possível.
O
segundo fator, por ordem de importância, ocorre quando a sonegação
de direitos atinge conjuntamente as classes desfavorecidas e a classe
média, exatamente o que ocorreu no caso da Revolta das Barcas. Não
há força estatal de violência capaz de deter a massa quando a
classe média se une à dos pobres na reivindicação de algum
interesse. As invernadas de junho de 2013 são uma exemplo disso.
Novamente um exemplo de protestos populares fomentados por valores
abusivos de tarifa de transporte coletivo, as Jornadas de Junho
uniram, principalmente, estudantes oriundos de todas as classes
sociais, a maioria das classes média e pobre. Exemplos maiores
de que os governos são incapazes de prever – ou minimamente
desleixados quanto – as consequências da imposição de
sacrifícios desmedidos e injustos ao povo são as revoluções
Francesa e Russa, basicamente resultados de crises de abastecimento
de alimentos, provocadas pela insanidade estatal, que atingiram, não
somente os desfavorecidos, mas também as classes intermediárias.
A
greve geral de hoje (28/4/2017), é a primeira grande sinalização
para a classe dominante de que algo não vai bem no seio da
população. É algo como se o povo estivesse advertindo: tomem cuidado, queimaremos suas
empresas e suas mansões. Não faço apologia disso, apenas advirto para a forma como entendo os sinais.
Tudo
aquilo que vier a acontecer, daqui em diante, ficará por conta da
atuação de nossas Marias Antonietas. Se agirem com idêntico
sarcasmo, oferecendo brioches inexistentes a quem tem fome de pão, o
circo irá pegar fogo com muito mais violência do que a do incêndio
do Gran Circo Americano.
O
fator "prisão de Lula" é capaz de se tornar o
catalisador desse terremoto.
Uma
de nossas mais evidentes Marias Antonietas, o juiz Sérgio Moro vem,
há anos, brincando com fogo na forma como trata processualmente o
ex-presidente Lula. Submeteu um ex-presidente superpopular de uma das
maiores nações do mundo ao inimaginável constrangimento de ser
conduzido à força para depoimento, sem que ele nunca tivesse se
oposto a ser ouvido. Moro literalmente fez muito, muito pouco da
opinião pública. Ninguém ousaria negar que Lula é um político de
prestígio junto à população, que goza da simpatia de cerca de um
terço dos eleitores do país. E Moro não errou por tratá-lo igual
a qualquer acusado, mas diferente. Sim, porque qualquer ladrãozinho
tem o direito de se manter calado na audiência onde será ouvido
como acusado, dado que é princípio básico de direito que ninguém
é obrigado a se defender. Se pode permanecer calado, para que o
constrangimento público? E outra: mesmo testemunhas não são
conduzidas coercitivamente senão após deixarem de comparecer à
audiência para a qual foram intimadas. Assim, outra conclusão
racional não há senão a de que Moro pretendeu apenas ridicularizar
e constranger Lula perante os cidadãos, um comportamento considerado
insuportável para os eleitores daquele que é considerado, segundo
pesquisas de vários institutos diferentes, um dos maiores e melhores
presidentes da história do país. Aliás, é hoje o candidato que
mais provavelmente seria eleito para presidente da República em
2018, o que reforça a importância de sua representação no
imaginário popular, fato que Moro deveria, como autoridade pública,
adotar a cautela e o decoro de respeitar. Ao agir como agiu, com a
atitude blasé adotada pela rainha francesa, Moro
passa idêntica ideia: a de que se considera, por deter fatia
considerável do poder público (ela, rainha, ele, juiz), acima dos
interesses do povo,
podendo agir sem consequências. Na verdade, até agora as
instituições judiciais superiores, salvo raras exceções, a ele
tem dado suporte para pensar assim.
Além
disso, com tantas revelações bombásticas sobre corrupções que
chegam a valores incalculáveis, Moro direciona a maior atenção da
Lava Jato ao que é percebido por parte substancial do povo como
criações fantasiosas ou desimportantes, como o tríplex e o sítio
de Atibaia. Das dezenas de testemunhas ouvidas, nenhuma – repito,
nenhuma – foi capaz de provar que tais propriedades sejam de Lula.
Pelo contrário, diversas já afirmaram que não são. Ainda assim,
prossegue Moro em sua sanha persecutória. Todos sabem que irá
condenar Lula, com ou sem prova.
O
problema, para Moro, é que o caso de Lula de forma nenhuma será
recebido como o de Mateus Coutinho de Sá. Ex-executivo da OAS,
Mateus foi condenado por Moro em sentença na qual afirmava existir
"prova robusta" de culpa. Ficou um tempo preso, durante o
qual ficou desempregado e perdeu a família, pois, certamente por
conta da pressão da prisão e da opinião pública, se separou da
mulher e deixou de ter contato com a filha. Posteriormente, quando já
destruído por Sérgio Moro, foi absolvido pelo TRF-4, que declarou a
ausência de provas. É importante destacar que o TRF-4 mantém
praticamente todas as decisões de Moro, mesmo as que são contrárias
ao Direito – já alegaram que a Lava Jato é uma ação penal de
exceção e, por isso, pode se exceder em relação ao Direito –,
de modo que, para ter concluído pela ausência de prova é porque
essa carência era gritante. Repito: um inocente perdeu dinheiro,
emprego e família pela atuação desastrosa e irresponsável de um
juiz, Digo irresponsável porque, de fato, nenhum juiz pode ser
responsabilizado pela interpretação que confere ao acervo
probatório, ainda que prova nenhuma exista. Trata-se de senha certa
para a ausência de impessoalidade, o que tentou ser corrigido pelo
bravo senador Requião, mas que não seguiu adiante ante a grita dos
prejudicados, inclusive a do próprio Sérgio Moro.
Todavia,
dificilmente um erro dessa magnitude será admitida, não pelo TRF-4
ou pelos tribunais superiores, mas por grande parte da população.
Não haverá como ocultar do povo os detalhes do processo. É bom que
as Marias Antonietas dos tribunais estejam atentas – como dizem
estar quando é para condenar políticos de esquerda – aos clamores
populares.
A febre, como mostra a greve geral de
hoje, já sinalizou para o agravamento da doença.
Nossas
pomposas Marias Antonietas deveriam perceber os sinais e cuidar para
que não faltem brioches. Brioches em falta, como testemunhou a
França, por vezes causa incêndios, destruições e
guilhotinamentos.
http://marciovalley.blogspot.com.br/2017/04/a-greve-geral-e-o-ponto-de-convulsao.html#more
A globo posta a nu
O blog Cinegnose faz uma análise de técnica jornalística sobre a postura da Rede Globo diante da Greve Geral que ao contrário do que pretendia, deu certo:
por: Wilson Roberto Vieira FerreiraGlobo tenta abafar o barulho do seu silêncio na greve geral
A
Globo, acompanhada do restante da mídia
corporativa, ressente-se de um cada vez mais grave processo de negação
da
realidade. Os sintomas são cada vez mais agudos, como demonstrou o
silêncio dos
últimos dias sobre a articulação da greve geral pelas centrais sindicais
e movimentos
sociais. Um silêncio bem barulhento, pois revelou a sua autoconsciência
do
poder de duas armas semióticas que sempre dispara em contextos de
desestabilização política: a “profecia autorrealizável” e o “efeito
copycat”. O
constrangimento e “saia justa” dos apresentadores nas primeiras horas da
manhã
de sexta-feira também revelou uma aposta: "as nossas armas semióticas
são tão poderosas que, se ficarmos em silêncio, nada vai acontecer! Mas a negação tautista da mídia corporativa descobriu da pior forma
possível que existe vida lá fora, no deserto do real.
Como de hábito esse humilde blogueiro enfrenta a perigosa missão
de entrar em contato com o material altamente tóxico e volátil emitido
diariamente pela mídia corporativa, em particular com as bombas semióticas
disparadas pela vetusta TV Globo.
Como acompanhamos nos últimos tempos, uma emissora cada vez mais
fechada em si mesma e alheia a transformações ao redor, inebriada com o seu
poder de impor agendas, transformar interinos em presidentes e turbinar o
narcisismo de policiais federais, juízes do STF e forças tarefas de moralização
– chamamos isso de “tautismo” (tautologia + autismo), a doença dos sistemas que
se fecharam em si mesmos - sobre esse conceito clique aqui.
Mas ontem, dia 28, foi no mínimo divertido acompanhar a verdadeira
saia justa a que se submeteram os apresentadores de telejornais da grande mídia
nas primeiras horas da manhã. Todos pareciam ser pegos de surpresa: terminais
de ônibus vazios? Pneus queimando nas estradas? Trens e metrôs parados? O que
está acontecendo?
Enquanto a Band mantinha o tom monocórdico que sustenta até agora
(o “desafio” dos trabalhadores em chegar ao trabalho numa greve que só
atrapalha), na Globo os momentos mais impagáveis ficaram com a dupla Rodrigo
Bocardi e Gloria Vanique. Enquanto a apresentadora se agarrava na pièce de resistance do aeroporto de
Congonhas que mantinha a normalidade dos pousos e decolagens, Bocardi tentava
minimizar as imagens de incêndios e barricadas em ruas e estradas: “Não é uma
greve geral! São apenas ALGUNS sindicatos... quer dizer, muitos...”, titubiava.
Bocardi: "sexta-feira amanheceu um dia diferente" |
O termo “greve geral” era evitado. Falava-se em “manifestações”,
“sindicatos” e “greve nos transportes”. A Globo ainda apostava no esvaziamento
da greve geral. Só mais tarde, quando perceberam a intensidade das mobilizações
e o alcance nacional, não teve jeito e começaram a anunciar a temida expressão
“greve geral”.
O fato é que durante toda a semana simplesmente ignoraram o tema.
Nenhuma notícia sobre a convocação da greve pelas centrais sindicais em
protesto contra as reformas trabalhistas e previdenciárias impostas pelo
governo do desinterino Temer.
Apesar do movimento ter alcance nacional, nem sob o ângulo da
prestação de serviços para os telespectadores a grande mídia tratou o tema:
haverá transportes na sexta-feira? Como ficarão os serviços públicos? Como
sairei de casa?
Profecia Autorrealizável e a linguagem performática
Um silêncio “barulhento” porque repleto de significados: em
primeiro lugar revela a parcialidade e partidarismo da mídia corporativa que
insiste em fingir ser a vestal da ética e da imparcialidade jornalística.
E segundo, porque revela a autoconsciência do poder de duas armas
semióticas que a própria Globo utilizou nos últimos anos para a
desestabilização política e econômica que culminou no golpe: a profecia autorrealizável e o efeito copycat.
A mídia corporativa (e principalmente a TV Globo pelo monopólio da
audiência) sabe que numa sociedade midiatizada a informação é muito mais do que
um simples meio de transmissão de conteúdos - . A linguagem não apenas
representa, mas também transforma-se em ação, performatiza, faz coisas serem
realizadas.
Por exemplo, o leitor deve lembrar da famosa sequência do filme Matrix quando Neo (Keanu Reeves) vai
visitar o Oráculo e recebe uma advertência: “cuidado com o vaso”. “Que vaso?”,
pergunta surpreso Neo, virando-se e esbarrando no vaso que cai para se quebrar
no chão. O Oráculo não sabia que Neo quebraria o vaso. Mas foi sua advertência
que fez a queda do vaso acontecer. Em outras palavras, o Oráculo não
representou o futuro – fez o futuro acontecer através da função performativa da
linguagem.
Como autores como Wittgenstein e Austin apontavam, a pragmática
antecede a semântica. Antes do signo representar ele pede uma ação – leia WITTGENSTEIN,
Ludwig. Investigações Filosóficas,
Vozes e AUSTIN, J. Quando Dizer é Fazer,
Artes Médicas, 1990.
A grande mídia nos últimos quatro anos bateu diariamente, manhã tarde e
noite, o bumbo de uma suposta crise econômica descontrolada: desemprego,
inflação, dívida pública, apagões etc. Se até 2012 o País tinha um “crescimento
econômico invejável” e “decolava” com a entrada nos BRICS, como observava a
revista The Economist, repentinamente tudo mudou como se tivesse virado
um disco de vinil para o lado B. Da euforia para a catástrofe de uma hora para
outra.
De
tanto repercutir essa agenda, um dos quesitos essenciais para a
consumação do golpe político, os agentes econômicos parece que
acreditaram e
a crise autorrealizou-se – contando ainda com o auxílio luxuoso da Lava
Jato que destruiu a
cadeia produtiva do óleo, gás, setor naval e construções gerando de uma
hora
para outra 600 mil desempregados.
Portanto, a grande mídia sabe que noticiar a articulação da greve geral
pelos sindicatos e movimentos sociais poderia criar o efeito recursivo ou
autorrealizável. Foi nesse silêncio que a TV Globo apostou. De forma
alucinadamente tautista, as salas de guerra dos aquários de redação da Globo
imaginaram: se ficarmos em silêncio, nada vai acontecer!
Mas a negação tautista da mídia corporativa descobriu da pior forma
possível que existe vida lá fora, no deserto do real.
O efeito de imitação
Também Globo e a grande mídia que a acompanha sabem que, além do efeito
autorrealizável das notícias, há também o chamado “efeito copycat”. Um efeito
residual de imitação que acompanha a personificação das notícias - ou um tipo
de jornalismo que procura “personagens” ao invés dos fatos.
Na ânsia em criar uma atmosfera de desestabilização política, o
noticiário global deu espaço para manifestações de intolerância, ódio e
preconceitos. Mesmo muitas vezes condenando, os telejornais abriram uma
verdadeira Caixa de Pandora – o efeito copycat fez a psicologia do fascismo
sair das sombras da vergonha para a claridade das telas de TV com bolsonaros e
felicianos.
Seguido
pelo efeito de imitação de protofascistas em redes sociais, espaços
públicos das ruas, estações de metrô e manifestações políticas.
É visível o esforço da emissora em não personificar a greve geral – não
há líderes ou pessoas, apenas “centrais sindicais”, “vândalos”, “grupos” ou
“manifestantes”. A mídia corporativa sabe muito bem o alcance semiótico das armas
que tem nas mãos e que sempre a utiliza nos momentos-chave de ação política: a
profecia autorrealizável e o efeito copycat.
Metalinguagem e “mea culpa”
A Globo não foi pega de surpresa pela greve geral em si. Mas ficou
surpresa em descobrir que existem movimentos autônomos lá no deserto do real,
para além do sistema que criou fechando-se em si mesma.
Para reverter essa ironia patética, a Globo se viu obrigada a fazer uma
caprichada cobertura ao vivo da greve geral ao longo de todo o dia – com
direito a acompanharmos repórteres tossindo e sufocando pelo efeito dos
gases das bombas lançadas pelos pelotões de choque da polícia.
Mais além, o Jornal Nacional tentou fazer uma espécie de metalinguagem
da cobertura da greve geral como uma espécie de mea culpa do porquê manteve-se em silêncio todo esse tempo. “Todos
os programas da manhã abriram espaço para flashs com informações...”, relatou a
apresentadora Renata Vasconcellos como se, repentinamente por encanto, a Globo
acordasse e desse um “show” de cobertura jornalística.
É o mesmo “sentimento de culpa” que parece dominar a emissora todas as
vezes em que o tiro sai pela culatra, sempre produzindo minisséries sobre a época da
ditadura militar para expiar o seu passado de franco apoio ao golpe de 1964..
Quando viu que o candidato que apoiou, Collor de Melo, estava com os
dias contados para o impeachment, colocou no ar em 1992 a série Anos Rebeldes para criar a falsa imagem
da imparcialidade sobre uma história de amor em plena repressão da ditadura
militar.
Agora, a Globo lança outra minissérie, Os Dias Eram Assim, novamente sobre o tema da repressão militar em
um momento agudo de críticas por todos os lados sobre a participação decisiva
da emissora no golpe político de 2016.
O golpe da reforma trabalhista...
Lúcida entrevista de um advogado trabalhista à GloboNews que, certamente não o fará mais convidado para explicar os fatos na sua inteireza.
Creio que por esta a editoria política da emissora não esperava mesmo...
Creio que por esta a editoria política da emissora não esperava mesmo...
sexta-feira, 28 de abril de 2017
Quanta diferença...
Uma antiga propaganda de produto para cabelos louvava a diferença entre as madeixas de uma linda senhorinha. Hoje ao ver na rede uma publicação comparativa dei de lembrar do anúncio para ressaltar quanta diferença entre a mídia brasileira e a que faz jornalismo no exterior.
É para dizer mesmo: quanta diferença!!!
Oportuno convite
Está lá na rede:
O texto completo é do Portal Brasil 247
247 – Enquanto
92% dos brasileiros rejeitam Michel Temer e engrossam o coro do 'Fora
Temer', o funcionário de um cemitério fez um protesto inusitado e pintou
a parede com o inverso: 'entra Temer'.
Abaixo, informações sobre a maior greve geral da história do País, contra o governo mais impopular de todos os tempos:
Greve geral: centrais sindicais dizem que paralisação foi 'a maior da história'
São Paulo, 28/04/2017 - As centrais sindicais que organizaram as paralisações de hoje afirmam que não contabilizaram números de adesões, mas, segundo a Força Sindical, passou de 40 milhões de pessoas. Dados disponíveis pelas entidades indicam que a última grande greve no País, em 1989, teve 35 milhões de adesões.
"Foi a maior greve da história", afirma o presidente da CUT, Vagner Gomes. "Foi uma resposta ao Temer e ao Congresso de que a sociedade não concorda com o fim da CLT, com a terceirização e o fim da aposentadoria."
Segundo ele, a partir da próxima semana os sindicalistas "vão ocupar Brasília" para convencer os senadores a votarem contra a reforma trabalhista, que esta semana foi aprovada no plenário da Câmara.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse que o movimento de hoje foi um recado para que o governo abre negociações para se fazer uma reforma "civilizada", que mão seja feita só pelo governo e o Congresso, mas com a participação dos trabalhadores.
Em resposta a críticas de que a greve só ocorreu porque houve piquetes em importantes vias, com pneus incendiados, Gomes diz que é assim que ocorre na França, na Inglaterra, no Brasil e em outros países. "Greve não é um acordo entre a sociedade e o governo, é um confronto. Se o governo fizesse as coisas certas isso não ocorreria.
Abaixo, informações sobre a maior greve geral da história do País, contra o governo mais impopular de todos os tempos:
Greve geral: centrais sindicais dizem que paralisação foi 'a maior da história'
São Paulo, 28/04/2017 - As centrais sindicais que organizaram as paralisações de hoje afirmam que não contabilizaram números de adesões, mas, segundo a Força Sindical, passou de 40 milhões de pessoas. Dados disponíveis pelas entidades indicam que a última grande greve no País, em 1989, teve 35 milhões de adesões.
"Foi a maior greve da história", afirma o presidente da CUT, Vagner Gomes. "Foi uma resposta ao Temer e ao Congresso de que a sociedade não concorda com o fim da CLT, com a terceirização e o fim da aposentadoria."
Segundo ele, a partir da próxima semana os sindicalistas "vão ocupar Brasília" para convencer os senadores a votarem contra a reforma trabalhista, que esta semana foi aprovada no plenário da Câmara.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse que o movimento de hoje foi um recado para que o governo abre negociações para se fazer uma reforma "civilizada", que mão seja feita só pelo governo e o Congresso, mas com a participação dos trabalhadores.
Em resposta a críticas de que a greve só ocorreu porque houve piquetes em importantes vias, com pneus incendiados, Gomes diz que é assim que ocorre na França, na Inglaterra, no Brasil e em outros países. "Greve não é um acordo entre a sociedade e o governo, é um confronto. Se o governo fizesse as coisas certas isso não ocorreria.
Mais que mil palavras...
O "ministro" Carne-Fraca disse de greve geral "pífia"... Não é o que mostra a foto da Folha de S. Paulo tirada no Largo da Batata na capital paulista, no início da noite
Isso mostra que nada é mais certo do que o velho adágio do jornalismo de que "uma imagem vale mais que mil palavras"
Isso mostra que nada é mais certo do que o velho adágio do jornalismo de que "uma imagem vale mais que mil palavras"
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Caras de pau, mesmo...
Texto de Aldo Fornazieri publicado hoje no Jornal GGN:
por Aldo Fornazieri
Aldo Fornazieri - Professor da Escola de Sociologia e Política.
A desfaçatez como método de governo
por Aldo Fornazieri
Desfaçatez é a qualidade de um desfaçado, daquele que não sente nem
constrangimento e nem vergonha pelos seus atos condenáveis, publicamente
assumidos. Trata-se daquele que, no senso comum, é conhecido como um
cara de pau. Pois bem: Temer e, de certa forma, boa parte das
autoridades que ocupam cargos superiores nos altos escalões dessa
República destroçada, assumiram a desfaçatez como método de conduta e de
governo.
Não se trata mais de esconder a verdade, de enganar, de fazer um jogo
ardiloso das aparências. Trata-se de assumir a corrupção e o crime como
predicados normais de quem governa. Ser acusado, denunciado, processado
é como que uma exigência curricular para se tornar ministro, ocupar os
altos cargos de comissões no Congresso, ser presidente da Câmara e do
Senado, assumir um posto de conselheiro ou ministro de Tribunais de
Constas, se tornar juiz do Supremo Tribunal Federal. Estes requisitos
curriculares estão se espalhando nos estados e nos municípios e nos três
poderes da República.
O descaramento e a impudência com que se manifestam autoridades,
senadores, deputados e ministros chega a ser espantosa. Em democracias
desenvolvidas, suspeitas e denúncias são suficientes para que uma
autoridade pública se afaste do cargo ou renuncie ao mandato. Aqui,
Temer avisa que denunciados e delatados permanecem no cargo.
Veja-se o
caso exemplar de Eliseu Padilha, hoje o ministro mais poderoso do
governo. Além de denúncias relativas à Lava Jato teve milhões de reais
bloqueados por um juiz do Mato Grosso, sob a acusação de ter cometido
crimes ambientais. No Rio Grande do Sul e no STJ já foi condenado em
definitivo a pagar um montante de R$ 393,76 a um corretor e vem
protelando o pagamento. Naquele mesmo estado é acusado de grilagem de
terras e é réu em processo por ter beneficiado uma universidade privada -
a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) em troca de pagamentos
milionários a duas empresas de consultoria do ministro, a Rubi e a
Fonte. Padilha já ultrapassou o próprio critério inescrupuloso
estabelecido por Temer e, mesmo assim, continua sendo o ministro mais
poderoso da Esplanada, proclamando, com desfaçatez, que o governo usa
como método transformar desqualificados e despreparados em "notáveis"
ministros, como foi o caso do ministro da Saúde, outro acusado de ter
cometido irregularidades no Paraná.
A desfaçatez política e a corrupção estão destruindo o conteúdo moral
das instituições e da sociedade. A falta de escrúpulos, de vergonha e
de decorro transformou as instituições públicas num escombro de
obscenidades. A honradez, a dignidade e a moralidade foram sacrificadas
na corrida em busca do foro privilegiado, esse instrumento abjeto que se
tornou abrigo de criminosos num Supremo Tribunal Federal que é um
cemitério de processos contra corruptos. Hoje não resta dúvidas de que
uma das maiores cobiças do núcleo duro dos golpistas dos partidos que
fazem parte do condomínio governamental era colocar-se ao abrigo do foro
privilegiado.
A nova face do mal
O atual governo é a expressão de uma nova forma de banalização do
mal, não daquela forma referida ao totalitarismo e à sua violência
desmedida, estudada por Hannah Arendt. A banalização do mal promovida
pelo atual governo é francamente grotesca e despudorada, é a violência
contra as convenções morais e civilizatórias, é a cruzada para mostrar
que ser honesto é uma frivolidade de ingênuos e de despreparados para o
exercício do poder político, pois este exige profissionais da corrupção.
Os outros que caíram em função de acusações de corrupção teriam caído
por serem amadores.
Somente os profissionais, identificados no atual
grupo de poder, teriam capacidade para estabilizar a governança corrupta
no país, mantendo-o prisioneiro do atraso, da injustiça, da
desigualdade e da pobreza às custas da riqueza de poucos. Os poucos, os
grandes, os ricos teriam como direito consuetudinário os faustos
proporcionados pela corrupção, as suas vidas de vícios, de esbanjamentos
que têm em Sérgio Cabral um espécime exemplar deste tipo de conduta.
Para esses banalizadores do mal, não importam as misérias do povo, o
desemprego, nos novos milhões de pobres, a indústria, a tecnologia, a
ciência, a pesquisa e a cultura sem futuro. Quanto mais longe da
modernização o país se encontre, mais longo será o império da corrupção,
mais tempo haverá para saquear os cofres da res publica e para orientar os recursos dos orçamentos públicos em benefício dos mais ricos.
Este novo mal radical não vem pelos tanques, pelas bombas e pelos
bombardeios. Ele vem pelo desemprego, mata à míngua, asfixia a velhice,
retira a potência da esperança dos jovens, renega os direitos das
mulheres e dos negros, drena o sangue dos pobres para pagar juros aos
bancos e refestelar as mesas e as extravagâncias dos ricos. Este mal
radical sonega os remédios e os leitos hospitalares, fecha escolas, põe
cancelas ao acesso à educação superior aos pobres e destrói os centros
de pesquisa.
Esta nova banalização do mal acredita que não tem limites no
movimento de tornar a república e a democracia em letra morta, em formas
sem conteúdo, em domínio exclusivo do capital. Este mal cria campos de
concentração e de extermínio mentais e vivenciais, torna as pessoas
supérfluas, não só pelo desemprego, mas pelas vidas vazias, pelas
angústias e pelos medos de vidas sem futuro.
Hannah Arentd tinha razão: o mal radical não vem de figuras
mitológicas que têm projetos e poderes fabulosos. Ele vem de figuras
banais, até mesmo medíocres. Este governo está eivando de figuras
banais, desprovidas de qualquer senso se grandeza. Figuras como Temer,
Jucá, o gato angorá, os Moraes, os Quadrilhas, e tantos outros, todos
acompanhados por um grande séquito de deputados senadores que o mundo
conheceu bem suas índoles no fatídico 17 de abril de 2016.
A questão desta nova banalidade do mal não é apenas moral sem deixar
de ser moral. Ela é política e remete para a necessidade de compreender
como o Estado brasileiro, ao longo dos tempos, produziu e vem produzindo
uma elite política e uma elite econômica que, indubitavelmente, querem o
mal do povo e o atraso do país. A resiliência desse atavismo perverso
pode ser encontrada na genética maldosa das nossas elites que nunca se
habilitaram para a grandeza e para a responsabilidade, mas que fizeram
do assalto, da violência, da expropriação e do saque um método para
governar para poucos.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Descobertas...
Xiiiiii... Agora apareceu até uma ex-amante do #FORATEMER: Érica Ferraz, jornalista
Texto redigido com base em matéria do Blog "Tijolaço" 17.02.2017
Xiiiiii... piorou: agora se descobre que Erica Ferraz, a amante, é ESPIÃ AMERICANA
Texto redigido com base em matéria do site "Conversa Afiada" 17.02.2017
Texto redigido com base em matéria do Blog "Tijolaço" 17.02.2017
Xiiiiii... piorou: agora se descobre que Erica Ferraz, a amante, é ESPIÃ AMERICANA
Texto redigido com base em matéria do site "Conversa Afiada" 17.02.2017
A Suprema indignidade
Texto reproduzido literalmente do site do Luiz Carlos Azenha, o "Viomundo":
STF é o garante do regime de exceção
Jeferson Miola, no Facebook
STF é o garantidor do regime de exceção; seus juízes decidem com olho no tabuleiro do golpe, não na Constituição
STF é o garante do regime de exceção
Jeferson Miola, no Facebook
A correta decisão do juiz Celso de Mello mantendo a nomeação do
“angorá” Moreira Franco atesta que a decisão do tucano Gilmar Mendes em
18 de março de 2016, que anulou a posse do ex-presidente Lula na Casa
Civil, foi um ato de conspiração para desestabilizar o governo e
derrubar a Presidente Dilma.
Numa decisão liminar e monocrática, Gilmar seqüestrou a competência
privativa da Presidente Dilma de nomear e exonerar seus ministros
[Artigo 84 da CF]. Apesar da extrema gravidade e da
inconstitucionalidade do ato, a decisão não foi apreciada e revisada
pelo plenário do Supremo para não atrapalhar a tramitação final da farsa
do impeachment na Câmara.
Nenhuma voz no STF se levantou para interromper a consumação desta
aberração jurídica que, evitada, teria mudado o curso da história a
partir do protagonismo do Lula no governo.
A diferença abismal de posicionamento do STF em duas situações
rigorosamente idênticas de nomeação de ministros não deriva de
discrepâncias doutrinárias entre os juízes que integram o Supremo; mas
evidencia, antes disso, que o STF é peça essencial da engrenagem
golpista e que seus juízes decidem – ou retardam suas decisões – com o
olho no tabuleiro do golpe, não na Constituição.
Nos embates em que o respeito ao Estado de Direito favorece a
dinâmica golpista e o governo usurpador, o STF atua na legalidade e em
consonância com a Constituição, como ocorreu na decisão sobre o “angorá”
do Temer.
Naquelas circunstâncias, contudo, que podem afetar a empreitada
golpista, o STF interpreta a Constituição no marco de um regime de
exceção, em afronta ao Estado de Direito.
Decisões tardias e procrastinações também demonstram o
comprometimento do STF com a perpetração e a continuidade do golpe. A
demora de 140 dias para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara
dos Deputados, por exemplo, foi mortal para o governo Dilma.
O hoje presidiário foi mantido no cargo o tempo necessário para a
consecução do roteiro do golpe. Ele só foi afastado 18 dias depois de
presidir aquela sessão horripilante da Câmara de Deputados de 17 de
abril de 2015 que aprovou o impeachment fraudulento.
A linguagem do voto-relatório do finado juiz Teori Zavascki para afastar o presidente da Câmara é chocante.
Em 5/5/2016, Teori assim se pronunciou: “Cunha é um pejorativo que
conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada.
Nada, absolutamente nada, se pode extrair da Constituição que possa,
minimamente, justificar a sua permanência no exercício dessas elevadas
funções públicas. … O exercício do cargo, nas circunstâncias indicadas,
compromete a vontade da Constituição, …”.
É chocante que, apesar de tão categórica opinião sobre o pernicioso
Eduardo Cunha, o STF decidiu afastá-lo só depois da votação do
impeachment, embora Teori tivesse conhecimento dos elementos de acusação
desde 15/12/2016, data em que recebeu o pedido de afastamento do MP.
Se o STF tivesse afastado Cunha antes da votação do impeachment, como
corresponderia, certamente a marcha dos acontecimentos tomaria rumo
distinto.
Outra demora marcante – e deliberada – foi quando da escuta ilegal e
da divulgação criminosa que o juiz Sérgio Moro fez de conversas
telefônicas da Presidente Dilma – episódio que foi cinicamente
aproveitado por Gilmar Mendes para anular a posse do ex-presidente.
Embora entendendo que “a jurisprudência desta Corte é categórica
acerca da inviabilidade da utilização da prova colhida sem observância
dos direitos e garantias fundamentais previstas na Constituição”, Teori
somente se pronunciou sobre o assunto 88 dias depois do fato ocorrido, e
não impôs nenhuma punição ao juiz Moro.
Em qualquer país civilizado do
mundo, o juiz que gravasse ilegalmente o presidente do país seria
demitido e preso.
Assim como durante a ditadura, no golpe de 2016 o STF mandou a
Constituição às favas. Com o falso pretexto de respeitar a independência
dos poderes, o Supremo legitimou os poderes totalitários de uma maioria
circunstancial no Congresso e se recusou a apreciar o mérito do
impeachment; se recusou a constatar a ausência de fundamento jurídico,
de fato determinado, de crime de responsabilidade para a instalação do
impeachment da Presidente Dilma.
O STF é um simulacro de Corte Constitucional. É um mero garante do
regime de exceção; o instrumento legitimador da oligarquia golpista que
promoveu a grande farsa do século 21 que destruiu a democracia para
atacar as conquistas do povo, entregar a soberania nacional e deixar o
Estado brasileiro sob o comando de uma máfia criminosa.
O golpe só se consumou no Brasil porque o STF deu o suporte institucional e as garantias jurídicas para a sua concretização.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
O dia dos pequeninos...
14 de fevereiro de 2017 pode bem se considerado "dia dos pequeninos" pela dimensão dos fatos que vieram a público no passar das horas desta terça feira.
Primeiro foi a notícia dada pelo "Diário do Centro do Mundo", devidamente escondida pela grande mídia dando conta de que o golpista em exercício da Presidência, Mishell Temer recebeu um telefonema oficial de Washington com o vice-presidente americano na linha. Donald Trump que falou pessoalmente com os presidentes do peru e da Colômbia, deve acreditar - como a maioria do povo brasileiro deveria crer - que o usurpador do poder é ainda vice-presidente em exercício.
Quem conhece os meandros da diplomacia sabe bem que um primeiro contato de um chefe de estado é com seu correspondente em outro país amigo. Nisso, a diplomacia americana que apoiou abertamente o golpe parlamentar de 2016, não passou recibo. Deixou para Mike Pence - vice-presidente a autoria desse contato.
O outro episódio foi a decisão com a qual o ministro decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello rasgou a fantasia, quer dizer, a toga e mostrou seu envolvimento no golpe apequenando ainda mais - se tal fosse possível - esse arremedo de Suprema Corte que ponteia em Brasília.
Enrolado em seu juridiquez com latim castiço, Celso de Mello expõe claramente a visão golpista dos atuais sinistros do STF. O que vale para Moreira Franco não vale para Lula.
Com a palavra o outro pequeno sinistro do "Supremo", Gilmar Mendes que acha exatamente o contrário...
Com isso, salve o Dia dos Pequeninos nesse Brasil afrontado!!!!
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